Page 34 - Revista O Sucesso (502)

Conversando sobre
Seu João

“Foi o homem que sensível para área da cultura. Fiquei surpreso da
forma como ele me recebeu e acho que, do lado
dele, ele também ficou muito surpreso.
mais investiu na Mas vocês conversavam apenas sobre cultura

ou tinha outro tema de interesse?
Ele gostava muito de política, mas não gostava de
cultura do Piauí” conversar sobre política com todo mundo. Fazia
isso com poucas pessoas. Acho que o fato de eu
ser deputado também despertou o interesse de
perguntar, ele gostava de auscultar o que acontecia
no campo político do Estado. Por várias vezes, no
final do expediente, no final da tarde, o Seu João
Entrevista me ligava perguntando se eu podia passar para
Fábio Novo a gente conversar. E a gente conversava sobre
amenidades. Então, fui conhecendo um outro João
Secretário de Cultura do Piauí Claudino. Um João Claudino que gostava de política,
que se preocupava com os mais pobres, que gostava
muito da cultura. E aí, você começava a desenhar,
inclusive, possibilidades de coisas que a gente
Douglas Machado que haviam da nossa lei de incentivo à cultura, poderia fazer juntos. Claro que nós nos afinamos no
Qual a lembrança mais remota do Seu e o Paraíba era uma das empresas que a gente campo da cultura porque tínhamos instrumentos
João? Como você o via antes de conhecê-lo devia. Eu o procurei para fazer um compromisso com os quais podíamos estabelecer uma troca.
pessoalmente? de o Estado pagar a renúncia fiscal do que devia
Fábio Novo da lei de incentivo à cultura. Acho que isso foi um Além desses encontros aqui na Matriz do
Eu via muito o Seu João como o dono do Paraíba, diferencial. Ele até me disse assim: “- Mas o Estado Armazém Paraíba, ele frequentava as
uma pessoa inacessível. Achava que ele era está me procurando para me pagar? Geralmente é inaugurações ou eventos da Secretaria de
uma pessoa que eu jamais poderia ver de perto, o contrário!”. Isso aconteceu e nós pagamos. A partir Cultura?
conhecer. Porque, na minha cabeça, era o homem daí, todas as vezes que eu pedia uma audiência Seu João não ia a inaugurações. Raramente você
mais rico do Piauí. Então, para mim seria ganhar com o Seu João, ele era muito respeitoso e muito via o Seu João em alguma inauguração de obras
na loteria um dia passar, parar e conversar com o
Seu João. E mesmo que ele parasse para conversar
comigo, no máximo seria um oi, um cumprimento e
parava por aí. Então, eu pensava isso do Seu João. E
quando eu o conheci, foi totalmente diferente.

E como se deu essa mudança de percepção?
Quando me tornei Secretário de Cultura, tomei a
iniciativa de procurar o Seu João. E tomei a inciativa
porque sabia que o Seu João era apaixonado
por cultura. Então achava que o Secretário de
Cultura do Estado deveria fazer uma ponte com o
maior empresário do Piauí, no sentido de que eu
pudesse mostrar os projetos, os planos e fazer um
casamento entre o Estado e as maiores empresas
do Estado no sentido de caminhar juntos em favor
da cultura do Piauí. E a primeira vez que procurei
o Seu João não foi para pedir. Acho que talvez aí
tenha sido a mudança. Identifiquei alguns débitos

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