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Conversando sobre
Seu João
“Para Seu João, as coisas Para você ter uma ideia de como tudo tinha
seu tempo. Seu João sabia segurar os assuntos,
precisavam ter começo, meio os momentos, as mudanças, ele sabia a época
correta. Nós já estávamos trabalhando com
poucos clientes, fora o Grupo Claudino. E aqui
e continuidade.” foi que nós começamos a ampliar um pouco
mais esse pensamento. Ele sempre perguntava:
“- E o nosso trabalho? Eu dizia que, no intervalo
que a gráfica tinha dos impressos do Grupo,
Douglas Machado pequena ainda, mas tinha futuro para crescer era esse intervalo que vamos preencher com
Soube que o Espedito Sobrinho, quando muito. Passei a trabalhar numa sexta-feira, o de terceiros. Ele disse “- Não, vamos fazer
garoto, já era muito curioso. Nessa época, e com apenas três, quatro dias, o Fernando o contrário: o nosso, nós temos tempo pra
você já ouvia falar de João Claudino (FERNANDO OLIVEIRA) precisou viajar a São receber, agora o de terceiro vamos entregar
Fernandes? Paulo. Eu já fiquei surpreso! E Seu João disse que primeiro”. Foi então que começamos a trabalhar
eu ia ficar lá. - Você vai acompanhar do início para terceiros.
Espedito Sobrinho ao fim do expediente, todos os dias, e a chave
Eu lembro das bodas de ouro, se não estiver fica com você. E a partir desse dia, foi mais E a crescer, não é mesmo? Ademais,
enganado, de Seu Joca. Eu ouvindo no rádio, foi uma outra responsabilidade que eu comecei Seu João era um grande entusiasta dos
transmitido pela rádio local, em Cajazeiras, e a a assumir, foi quando fomos modificando avanços da tecnologia. Revisando as
gente estava ouvindo a transmissão da festa, alguma coisa no administrativo da empresa fotografias do Acervo JCF, vi fotos suas na
das bodas, eu não recordo bem se foi de ouro, junto com o Fernando, que considero um irmão Alemanha, em grandes feiras, o que me
de Seu Joca Claudino, pai de Seu João. Aí eu pernambucano. Nós sempre nos demos muito faz perceber que Seu João incentivava
ouvia falar que João Claudino andou por aqui. bem na área do trabalho, em todos os sentidos. também o crescimento da empresa.
E a outra coisa que sempre chamou atenção É porque, sempre que ia comprar uma máquina
era o avião. Quando se ouvia um barulho de E por quanto tempo a gráfica ficou ali nova, ele perguntava se estava precisando
avião, todos corriam para o terreiro. Será se é o do lado da Matriz do Lojão do Armazém mesmo, e eu respondia para ele que sim, que
avião de João Claudino que está chegando em Paraíba, no centro de Teresina? nós estávamos precisando há dois anos, às
Cajazeiras? Ficou isso gravado na memória. Nós ficamos ali até o início de 1993. Nós vezes eu dizia até mais. Então, ele concordava
mudamos para cá (ENDEREÇO ATUAL NA AV. com a compra. E ele sempre incentivava a
Numa conversa com o Sr. Fernando INDUSTRIAL GIL MARTINS) em janeiro de 1993. novos conhecimentos. Então, o Seu João dava
(FERNANDO OLIVEIRA) sobre a criação
da Gráfica Halley, eu perguntei se vocês
dois tinham experiência no campo da
impressão, e ele me disse, rindo: “Nem
ele, nem eu”. Vem disso a pergunta: como
o Seu João investiu numa gráfica aliando
duas pessoas que ainda iriam aprender o
ofício e, em igual tempo, tocar a empresa
adiante?
Seu João era uma pessoa, realmente, que Entrevista
tinha um guia muito forte, com certeza. Para ESPEDITO
chegar aonde ele chegou, porque Seu João
era incansável. E fiz meu teste, no dia 15 de SOBRINHO
abril de 1982, e no dia seguinte foi que eu Diretor da Gráfica
conversei com ele no final do expediente,
naquela sala, no Salão nº 1 (LOCAL DO ANTIGO Halley
ESCRITÓRIO DO SEU JOÃO). Nessa conversa, ele
disse que eu ia começar na gráfica, uma gráfica
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