Page 22 - Revista O Sucesso (501)
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Conversando sobre
Seu João
Era um homem Exatamente! A loja de Seu João lá em Cajazeiras
chamava-se As Nações Unidas, vendia mais tecido.
Naquela época, ainda não tinha eletrodoméstico,
móveis, máquina, essas coisas, não. Era tecido! E
extraordinário as confecções que começaram a vender. Depois,
eram confeccionadas lá mesmo em Cajazeiras. Eram
várias costureiras que tinham máquinas alugadas
pela própria firma, recebiam os tecidos pra costurar
em casa e entregar na loja do Seu João. Ninguém
chamava confecção, a gente chamava “roupas feitas”,
lembro muito disso. Então meu pai começou a ir
Entrevista para o Maranhão vender. Apanhava a mercadoria
em consignação e ia para o campo de vendas. E por
IVONETE DIAS quê? Porque lá na Paraíba ele vendia também, era o
mesmo ramo, mas as coisas foram ficando difíceis,
Assessora da Diretoria dinheiro correndo pouco lá. E aí ele começou a ir para
o Maranhão, muito antes da seca. A seca foi em 1958.
Eu não sei como ele descobriu esse Maranhão, só
sei que ele foi! Ia e voltava, e prestava contas. E era
aquela coisa que chamava muito a atenção do Seu
Joca, do Seu Valdecy, do Seu João.
Na conversa que eu tive com o Sr. Valdecy, ele
me falou dessa ligação, sobretudo com seu pai.
A senhora credita a decisão do Seu João e do
Sr. Valdecy de seguirem para o Maranhão, no
período da seca, devido ao seu pai e seu tio já
terem falado sobre o Estado?
Foi sim. Eles viajavam para o Maranhão, mas eu fico
pensando assim: Seu João, Seu Valdecy, os Claudino,
ainda não conheciam o Maranhão naquela época. E
aí quando chegou a seca em 1958, eles resolveram:
“Vamos conhecer esse Maranhão”. Estado onde corre
tanto dinheiro e esse pessoal tanto fala. Vieram
conhecer e foi um amor à primeira vista. Quando
chegaram em Bacabal, se apaixonaram logo, e
abriram logo a filial em 1958.
Qual é a lembrança mais antiga que a senhora
tem do Seu João?
Douglas Machado Pedreiras... vendiam lá! Um ia e o outro ficava, durava Quando Seu João viajava para Recife ou até mesmo
O seu pai começou a trabalhar com o Seu João uns 15 dias. Um ficava lá e outro ficava em casa, para São Paulo, papai era quem ia deixá-lo no
vendendo mercadorias, não é mesmo? trocavam a rotina. E a cada viagem dessas, prestavam aeroporto. Naquele tempo, tinha uma companhia
Ivonete Dias conta todas as vezes com o Seu João, Seu Valdecy, aérea que era a Real Aerovias, lembro que foi a
Sim. Mamãe (IVONI CRISPIM DE MELO) cuidando de com Seu Joca, que era muito ativo naquele tempo. E primeira vez que vi um avião. E papai ia deixá-lo no
todo mundo em casa e papai (FELIZARDO FEITOSA foi dando tudo muito certo. aeroporto e sempre eu ia com ele (eu era ainda muito
DE ABREU) viajando para o Maranhão com meu criança, mas ficava curiosa com aquele movimento).
tio Francisquinho (FRANCISCO CRISPIM DE MELO), Qual era a loja e como era esse sistema de O carro era de Seu João, ele confiava muito na gente.
quando começaram a trabalhar lá com o Seu João, entrega e venda? E acrescentando, por que o Papai ia lá e depois guardávamos o carro na casa dele
antes dos anos 1950. E começaram lá mesmo, na Maranhão chamava tanta a atenção naquele e íamos para casa. E eu ficava olhando assim para ele
Paraíba, vendendo mercadorias da loja do Seu João. período? Lembro que o seu pai foi um dos e ele conversava muito com meu pai. Depois passei
E depois resolveram ir para o Maranhão. Vendiam precursores dessa movimentação para o a ser funcionária, empregada lá em Pedreiras (MA).
mercadorias nas cidades de Coroatá, Bacabal, Maranhão. [RISOS]
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Informativo Circulação Interna O SUCESSO I Abril 2021
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