Page 35 - Revista O Sucesso (511)

Conversando sobre
Seu João

ética. Seu João, com poderio que ele que, quando terminava, sinceramente, ele não comprou e vamos saber por quê.
tinha, não fazia concorrência. Depois também dava a vontade de ser cego. Era Então papai marcou com ele uma hora,
nós colocamos uma loja em frente à loja muito espirituoso (RISOS). Arrancou uma fomos e durante a conversa ele chamou o
dele, uma loja de móveis, e vendíamos gargalhada dos senhores lá. papai e disse: “- Manoel, vamos ali fora”.
colchões Socimol, e ele tinha colchões Foram para uma janela do Lojão e ficaram
Socimol. E nós, na nossa loja, vendíamos Como o senhor descreve um observando. “- Vou contar quantas
mais colchões Socimol do que a loja homem como o Seu João Claudino pessoas passam hoje aqui de sandália
dele em frente. Era o que falavam lá Fernandes? japonesa”. E fez lá a estatística dele,
na fábrica. Ou seja, não havia aquela Seu João era um grande líder, que exercia passaram algumas pessoas e ele contou.
preocupação dele em vender mais, de sua liderança. E era aquela liderança Não lembro o número. E disse: “Isso aqui
concorrer. Ele deixava que os outros que ensina, liderança que informa, há uns 10 anos atrás todo mundo só usava
também usassem o ambiente. Acho liderança que constrói, liderança que, japonesa. Hoje não é mais assim! O povo
que foi fundamental a chegada dele, de fato, levava consigo muita coisa boa. que andava descalço, hoje está andando
contribuiu muito para o crescimento Aquela que, quem o conhecia, gostaria de calçado. Começou com japonesa, mas
de Teresina e do Piauí. Quantas vezes seguir os seus passos, os seus exemplos. hoje usam outro tipo de calçado. Então,
ele foi o primeiro de recolhimento de Ele era muito observador. Lembro de acho que não é mais hora, não é mais o
ICM! Era contribuição dos impostos, de outro fato que eu vou contar: Uma certa negócio. É um negócio que está caindo,
empregos, fez a diferença. De fato, Seu vez, papai estava lá em sua loja e uma que não está em franco crescimento”.
João contribuiu muito. Na parte social pessoa chegou e ofereceu, na fábrica de Então, era essa pessoa muito observadora,
também, como Seu João era querido calçados que tinha em Teresina, calçados um empreendedor de fato, que sabia
pelas pessoas, nos bairros, porque ele tipo japonesa, e papai disse que iria como fazer pesquisa, como perguntar. Era
ajudava as pessoas nos seus eventos, nas perguntar ao Seu João, porque ele era uma característica dele. Quando Seu João
ocasiões em que mais precisavam, estava muito sábio e poderia nos dizer o que era estava na roda, ele não era o que mais
lá Seu João. As pessoas procuravam e esse negócio. Certamente, essa pessoa, falava, era o que mais perguntava. Acho
ele atendia e ajudava, para que as coisas antes de vir aqui, foi lá em Seu João e que isso era a grande sabedoria dele. Ele
acontecessem. era uma pessoa que procurava se
informar, ser bem informado.
E tinha o senso de humor
muito espirituoso, não é E sempre fez de suas amizades
mesmo? um alicerce para a vida.
Vou contar um fato que Seu João era uma pessoa que não
aconteceu. Meu pai já havia só sabia fazer amizade, mas que
falecido. Fui ao aeroporto sabia fazer com que essas amizades
embarcar minha esposa e os crescessem, perdurassem. A
netos que iam viajar, e Seu relação mais importante foi dele
João estava no aeroporto com meu pai. Nunca foram à farra
tomando aquele café, juntos, porque já estavam numa
ali embaixo, com três ou certa idade, mas sempre tinham
quatro senhores, e depois uma amizade muito grande, um
de embarcar meu pessoal, respeito muito grande. Onde
voltei e o cumprimentei. Ele quer que Seu João tivesse, vinha
levantou, pegou em meu conversar com papai. Quando
braço e me apresentou: “Esse papai faleceu, ele passou horas
é filho de um grande amigo no velório. Então, sempre foi uma
meu, e ele era cego. Eu passava amizade muito firme com meu
muito tempo conversando pai e, em consequência, conosco
com ele”. Ele falava também também.

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Informativo Circulação Interna O SUCESSO I fevereiro 2022

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