Page 38 - Revista O Sucesso (544)
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Conversando sobre
                              Seu João                                                     Entrevista

                                                                                           RICARDO MACÊDO
                                                                                           GERENTE

                                                                                           ADMINISTRATIVO
                                                                                           DO ARMAZÉM

                                                                                           PARAÍBA

                  “Um homem que



                  sempre gostou de gente,




                  sabia fazer amigos”







                  Douglas Machado                   responsabilidade dela, não era con-
                  Você me falou que tem três his-   troladora  por  controladora,  era  uma   E ela tinha razão em estar preocu-
                                                                                     pada, não é?
                  tórias muito especiais com o Seu   responsabilidade  dela,  responsabi-
                  João.                             lidade de estar com um sobrinho. E   Total, eu estava errado. Quando deu
                                                                                     uma sete e meia da manhã, Seu João
                                                    eu não tinha dado notícia nenhuma,
                  Ricardo Macêdo                    não avisei pra ninguém, e eu imagi-  chega  na  casa  do  queijo.  “-  Muito
                                                                                     bem, muito bem, está aí aprendendo
                  Tenho. Três histórias com o tio João   nei que estava todo mundo me pro-
                  que  foram  histórias  únicas,  que  me   curando. E aí bateu o desespero e eu   a  fazer  queijo”.  “Estou  aprendendo
                                                                                     a fazer queijo aqui, tio”. “- Já apren-
                  tocaram muito.                    não sabia o que fazer. A primeira coi-
                                                    sa que me veio na cabeça, foi: “- Meu   deu?”  “Tô  aprendendo”.  Eu  já  tinha
                  Sugiro centrarmos nossa entrevis-  Deus do céu, cinco horas da manhã,   conversado uma hora com o rapaz,
                  ta nessas três histórias. Acredito   pra onde é que vou?”. Aí eu só me   já  sabia  da  vida  dele  de  Paragomi-
                                                                                     nas, como ele aprendeu a fazer quei-
                  abrir pontes de sensibilidade com   lembrei da casa do queijo, por que lá
                  os nossos leitores. Poderia dividir   inicia a fazer o queijo muito cedo, e   jo. “- Muito bem, então, pois vamos
                                                                                     lá”. E ele começou a fazer perguntas
                  conosco?                          eu me lembrei que, naquele final de
                  A  primeira  história  que  me  remonta   semana, uma pessoa de Paragomi-  junto comigo. “- Vamos aqui, Ricardo,
                                                                                     pega essa panela aqui, vamos orga-
                  aconteceu quando eu estava moran-  nas estava aqui contratada por Seu
                  do na casa de tio João (JOÃO CLAU-  João  para  ensinar  a  fazer  catupiry,   nizar”.  Passamos  umas  duas  horas
                                                                                     lá  dentro,  de  sete  e  meia  a  umas
                  DINO FERNANDES) e da tia Socorro   ensinar fazer queijo muçarela, ensi-
                  (MARIA SOCORRO DE MACÊDO          nar a fazer diversos tipos de queijos,   nove e meia, quase 10 horas da ma-
                                                                                     nhã. Ai ele: “- Vamos pra casa?” Va-
                  CLAUDINO). Eu era jovem, 23 anos.   iogurte,  e  eu  sabia  que  esse  rapaz
                  Então, eu trabalhava na Guadalajara   estava lá neste final de semana. Não   mos, vamos pra casa. Ele perguntou:
                                                                                     “- Cadê seu carro?” O carro está aqui
                  e sempre ia  aos sábados. O expe-  deu outra, peguei o carro e fui direto
                  diente acabava meio-dia e, eventual-  pra casa do queijo. E quando cheguei   fora. Ele chamou o motorista e disse:
                                                                                     “- Vá dirigindo o carro dele porque ele
                  mente, já emendava para ir para um   na casa do queijo, devia ser quase
                  churrasco, para uma festa, etc. E teve   seis  horas  da  manhã,  a  pessoa  já   vai  comigo”.  Seu  João  foi  dirigindo.
                                                                                     No carro, ele falava assim: “- Sua tia
                  um fim de semana que eu emendei   estava lá fazendo queijo, e eu entrei
                  demais! Fui para uma festa com uns   e comecei a conversar com ele. Seis   esta meio zangada”. Eu falei: “Tio, eu
                                                                                     sei. O negócio lá está ruim?” Ele dis-
                  amigos e passei a noite fora, perdi o   e meia da manhã, o telefone toca na
                  horário. Quando fui me dar conta, já   casa do queijo, eram os seguranças   se: “Está, mas pode deixar comigo,
                                                                                     deixe comigo. Porque é o seguinte,
                  eram cinco horas da manhã do do-  perguntando se eu estava por lá. O
                  mingo. Aí eu fiquei assustado porque   rapaz  da  casa  do  queijo  atendeu  e   Ricardo, bom mesmo é aquele que
                                                                                     sabe a hora de brincar e sabe a hora
                  eu morava na casa de minha tia, que   falou:  Dona  Socorro  está  atrás  de
                  era  extremamente  controladora  na   você. Me deu um frio na barriga. O   de trabalhar. E você está na hora de
                                                                                     brincar, não tem problema nenhum,
                  questão do horário, porque era uma   que eu vou dizer?
                                             Informativo Circulação Interna  38  O SUCESSO  I  Julho 2024



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